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setembro 05, 2023

Boletim de mercado: Setembro de 2023

De: Yara Brasil

Confira a previsão do mês de setembro para diversas culturas e o mercado de fertilizantes.


Mulher com tablet no campo de trigo
Mulher com tablet no campo de trigo

O que esperar para o agronegócio em setembro? No cenário agrícola global, a soja continua a ser um ponto de atenção com suas oscilações de preços influenciadas por uma série de fatores. Embora as importações chinesas permaneçam aquecidas, as preocupações com a queda na produtividade nos EUA e condições climáticas desafiadoras geraram incertezas. No entanto, no Brasil, os prêmios positivos e a valorização da moeda nacional têm proporcionado suporte às cotações domésticas, enquanto a safra iminente promete rentabilidades positivas. Por outro lado, no universo do milho, o mercado enfrenta desafios distintos, com impactos potenciais das tensões geopolíticas e variações climáticas contrastantes. A cana-de-açúcar observou flutuações em seus preços, mas a demanda industrial e investimentos na renovação de canaviais sustentam perspectivas favoráveis. Enquanto isso, o café brasileiro destaca-se pela qualidade superior e promissora rentabilidade, apesar dos preços mais baixos, enquanto que as culturas de hortifrutis apresentam um cenário globalmente positivo, com desafios específicos em cada categoria. Por fim, o setor de fertilizantes enfrenta desafios de escassez e incertezas de preços, por conta da demora acentuada do produtor na aquisição de insumos.

 

Quer saber como isso impacta seu negócio e sua lucratividade? Confira o boletim de mercado que os especialistas da Yara trazem para o mês de Setembro/23.

 

Soja

Os preços da soja no mercado internacional sofreram oscilações ao longo de agosto, terminando o mês pouco abaixo das médias de julho. As importações chinesas seguem aquecidas, com margens de esmagamento positivas. No entanto a queda de produtividade nos EUA, relatada pelo Pro Farmer Crop Tour e o clima mais seco no mês, apesar de boas chuvas no início de agosto, contam como fatores de baixa, incluindo exportações norte americanas fracas e atrasadas, expectativas de bons volumes do produto a nível mundial e margens da suinocultura na China pressionadas.

 

No Brasil, os prêmios positivos e a alta na taxa de câmbio deram suporte às cotações domésticas. Importante ressaltar que as compras chinesas seguem firmes, com intenção de aumentar seus estoques. A safra de verão 23/24 brasileira está prestes a começar e as rentabilidades, apesar da queda nos preços médios, devem permanecer positivas, principalmente devido à redução nos custos de produção e perspectiva de boas produtividades no campo.

 

Essa safra poderá ser similar à atual 23/24 com uma produção global gerando excedentes e recomposição de estoques. Nesse sentido, é esperada uma pressão nos preços internacionais e manutenção ou pequeno crescimento de área plantada no Brasil.

 

 

Milho

Mesmo com fatores como previsão de tempo mais seco no cinturão norte americano, o agravamento das tensões entre Rússia e Ucrânia e os possíveis impactos climáticos na safra de milho da China, que dão suporte para os preços, pesou sobre as cotações o ritmo lento de embarques e vendas dos EUA e o registro de boas chuvas no início do mês no país, além da expectativa de maior volume do produto no mercado global.

 

Tudo isso também impactou os preços no mercado brasileiro. No Brasil, após anos de expansão, a área a ser plantada para a safra de milho verão 23/24 deve ser menor em detrimento da soja, resultante de preços mais baixos dos grãos e consequentemente relações de troca menos favoráveis. Para a safrinha do início de 2024, a rentabilidade pressionada e o cenário de incerteza climática trazido pelo fenômeno do El Niño, podem limitar uma expansão de área.

 

Cana

Apesar de preços médios menores em agosto comparado com a média do mês anterior, as cotações do açúcar subiram na última semana, passando dos R $140 (saca de 50 kg) no mercado spot do Estado de São Paulo. Esse suporte veio da postura dos vendedores das usinas em relação aos preços para pronta entrega. A relação de troca, apesar da leve piora das últimas semanas, segue como a melhor dos últimos anos. O processamento da cana segue em ritmo acelerado, com aproximadamente 60% da moagem realizada, e o mix para o açúcar está acima dos 50%, devido aos bons preços do adoçante. Na região centro-sul do Brasil, os canaviais estão mais novos e com maior produtividade, resultado da boa renovação e investimento durante a safra 22/23 e que tem tendência de continuidade.

 

Café

A colheita brasileira segue avançando e os preços no mercado internacional do arábica sentiram a pressão do volume de oferta. Para o robusta, a menor oferta no mercado externo trouxe destaque para as exportações brasileiras, já que o Vietnã e a Índia enfrentam um período de seca, que tem impactado o desenvolvimento final da safra. O destaque para a safra brasileira é a qualidade do café, que deve ser superior à de 2022 e que poderá garantir uma boa competitividade ao produto nacional. Para a safra 24/25 é esperado um maior aumento na produção resultante de ciclo de bienalidade alta, renovação de cafezais e da retomada da adubação média com a melhora nos custos dos fertilizantes. A rentabilidade prevista é ainda mais atrativa, se comparada às safras anteriores (22/23 e 23/24). Mesmo com os menores preços do café, a alta produtividade e redução nos custos de produção devem trazer bons resultados para o produtor.

 

 

HFFs

 

As principais culturas de hortifrutis (HFs) estão em um cenário positivo. Os preços do tomate sofreram variações pelas oscilações de temperatura, mas os valores médios se mantiveram em patamares acima dos custos de produção e estão em valores bastante atrativos. Alguns problemas na produção geraram queda de oferta, o que é bom para o produtor. O destaque dos HFs é a laranja: as cotações do produto para moagem em São Paulo vêm batendo recordes devido à demanda industrial, baixa oferta e aumento no preço de venda do suco. A tendência é positiva para 2023 e 2024.

 

Para cebola, segundo o Cepea, a região de São José do Rio Pardo (SP) apresentou aumento no volume de comercialização em agosto. A colheita iniciou no mês de julho, com ritmo mais lento e com algumas dificuldades, devido às chuvas que afetaram a localidade entre março e junho, período de desenvolvimento dos bulbos. Ainda assim, o cenário é positivo. Boa parte dos produtos que tiveram a qualidade afetada pelas chuvas já foram escoados no correr do mês, com as colheitas atuais apresentando melhores resultados, tanto de volume quanto de qualidade. Ainda de acordo com colaboradores do Hortifruti/Cepea, a oferta da região deve se concentrar entre a segunda quinzena de agosto e a primeira de setembro, o que pode representar queda nas cotações das cebolas paulistas durante esse período.

 

O cenário da batata, no entanto, sofre alguma pressão de preços nos últimos dois meses, situação típica para o período, devido ao início e intensificação da safra de inverno. Os preços da saca de 25 kg da batata lavada do tipo ágata, ao produtor - ponderados pela classificação - recuaram 18,8% em relação a julho, levando os valores médios de R $44 , segundo o Cepea.

 

Fertilizantes

Os preços de Ureia, MAP e KCl aumentaram 11%, 12% e 6% respectivamente de julho para agosto, na média dos preços semanais. Muitos produtores esperaram até o limite para adquirir insumos, represando compras que passaram a ser realizadas no fim de julho e começo de agosto. Em meio a uma queda constante de preços e com vendas cada vez mais postergadas e incertas, o setor não se preparou para atender essa demanda, gerando escassez de produto para pronta entrega, o que levou ao aumento do preço dos fertilizantes no campo. Até o momento cerca de 80% do volume esperado para o ano já foi comercializado e o setor segue pressionado para entrega do fertilizante a tempo para o plantio da safra verão.

Os produtores e canais também avançaram nas compras de insumos para entrega futura, realizadas no último trimestre de 2023 e primeiro trimestre de 2024. Em algumas regiões como a da BR-163, no Mato Grosso, que compreende municípios como Nova Mutum, Sinop, Sorriso e Lucas do Rio Verde, mais de 30% das vendas de fertilizantes já foram concluídas. Ainda assim, após a grande onda de compras ocorrida no mês de julho e agosto, a indústria entra em setembro em um baixo ritmo de atividade, com o produtor novamente apostando em uma queda no preço do fertilizante, represando mais uma vez a demanda por insumos para o último trimestre do ano.

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