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outubro 30, 2020

Exigências do mercado de cana-de-açúcar

De: Yara Brasil
Máquina realizando colheita da cana
Máquina realizando colheita da cana

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Mercado da cana-de-açúcar

Açúcar

Em média, 70-85% de todo o açúcar consumido no mundo é proveniente da cana-de-açúcar, o restante é fornecido principalmente pela beterraba açucareira. Os maiores consumidores de açúcar são a Índia, União Europeia, China, Brasil e EUA, com um consumo em torno de 70 milhões de toneladas de açúcar/ano, representando quase 50% do consumo mundial. O consumo per capita global, atualmente é em torno de 24 kg/pessoa e expande continuamente na taxa de 1,5-2% por pessoa ao ano. Os maiores exportadores de açúcar são Brasil, seguido pela Austrália e Tailândia.  As principais regiões de importação são Rússia, União Europeia e EUA.

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Caldo de cana-de-açúcar

Enquanto a maioria da cana-de-açúcar no mundo é processada para produzir açúcar refinado para diferentes usos como adoçante e na produção de alimentos, algumas regiões produzem o caldo da cana-de-açúcar.

O caldo da cana é extraído ao prensar os colmos. Normalmente a prensa e a venda da cana são feitas por vendedores de rua, sendo vendida em diversas formas e combinações, como hortelã, gengibre, limão e gelo. É normalmente consumido como bebida na Ásia e América Latina.

Produção de etanol

A cana é amplamente considerada como uma das fontes mais eficientes para produção de biomassa e biocombustíveis. A produtividade de etanol por área da cana é no mínimo o dobro do que é produzido em trigo ou milho.

Produção de etanol

O Brasil alcançou níveis muito altos de produtividade de etanol proveniente da cana, na ordem de 7000 litros de etanol/ha e 6,1 MWh de energia/ha. Uma típica usina de cana-de-açúcar no Brasil processa 2 milhões de toneladas de cana em 30.000ha de área agrícola e produz 200 milhões de litros de etanol por ano. 

O total de etanol de cana produzido no Brasil é superior a 31 bilhões de litros/ano com mais de 80% sendo usados no setor de transporte, principalmente para consumo doméstico e vendido como etanol puro ou misturado com a gasolina.  

Os EUA são o único produtor significativo de etanol além do Brasil, com produção de aproximadamente 50 bilhões de litros/ano a partir de milho. A produção de etanol na Europa gira em torno de 5 bilhões de litros, e a China produz atualmente em torno de 2,5 bilhões de litros por ano. 

O uso da cana-de-açúcar para etanol não resulta em emissões significativas de gases efeito estufa. Isso se deve ao fato de que o dióxido de carbono liberado na queima de etanol representa aquele que foi absorvido pelas folhas durante a fotossíntese. 

Balanço de energia

O consumo de combustíveis fósseis durante a produção de etanol proveniente da cana se restringe ao transporte, colheita e uso de insumos, incluindo fertilizantes. Porém, mesmo levando esses fatores em consideração, o balanço de emissão de gases efeito do estufa é muito favorável comparado com outras culturas.

Em comparação com etanol de milho, trigo, beterraba ou sorgo, o etanol de cana possui um maior balanço de energia líquida e menor nível de emissões de CO2.

Além disso, a queima do bagaço (resíduo fibroso que sobra após moagem) para a produção de eletricidade permite que a produção de etanol de cana não necessite de qualquer fonte externa de energia.

Produção

De fato, estima-se que se o bagaço for completamente usado em todas as usinas de cana, poderia suprir 13% da energia brasileira. Embora possa ser questionado que a produção de combustíveis reduz a quantidade de terra disponível para produzir alimentos, a produção atual de etanol ao redor do mundo ocorre em 10 milhões de há, menos de 1% da terra agricultável do mundo.

Exigências do mercado de cana-de-açúcar

As exigências de mercado diferem de acordo com o país e o uso final do produto. A maioria da cana é processada pelas usinas e a produção precisa atender às exigências da indústria. A cana enviada para a usina precisa:

  • Estar limpa e recentemente colhida, com baixos níveis de folhas, ponteiros e solo.
  • Ter baixos níveis de fibras, quanto mais fibra, maior a perda de açúcar no bagaço.
  • Ter um alto nível de sólidos solúveis totais no caldo (° Brix).
  • Combinar altos níveis de sacarose, frequentemente expressos em Pol (abreviação de polarização), no caldo processado, e com baixo nível de açúcares redutores.

O valor da cultura na maioria das regiões produtoras é determinado pela produtividade de açúcar. Com níveis de açúcar variando entre 11% e 16%, os produtores precisam otimizar os níveis sem comprometer a produtividade de cana.  

Em alguns países como a Índia, o sistema de pagamento é baseado na qualidade média da cana fornecida por milhares de produtores que cultivam cana em qualquer região. Isso dá um pequeno incentivo para melhorar o teor de sacarose na cana. No entanto, cada vez mais o pagamento é ligado à qualidade da cana de produtores individuais, a qual é testada na usina por meio de amostragens representativas. Os testes incluem a avaliação das seguintes características:

  • ˚Brix (˚B) é o teor de sólidos solúveis do primeiro estágio de processamento do caldo na indústria e analisado por testes de refratometria.
  • Pol é o teor de sacarose do caldo. Algumas regiões também usam sacarose como sinônimo para Pol%. O açúcar contém em torno de 98% de sacarose ou 98 graus pol. É determinado por meio de polarímetro ou sacarímetro.
  • Pureza é a porcentagem de sacarose nos sólidos totais do caldo. Uma alta pureza é resultado de alto teor de sacarose nos sólidos totais presentes no caldo.
  • Teor de fibra, a % de fibra na cana é determinada pela análise da cana amostrada no momento da entrega à usina.

Produção

O pagamento é comumente baseado na recuperação de açúcar a partir da cana usando a fórmula que leva em consideração as características listadas acima. Na Austrália é conhecido como Açúcar Comercial da Cana (CCS), e no Brasil é conhecido como Açúcar Total Recuperável (ATR).A ATR é baseada em suposições simples de que a cana-de-açúcar contém predominantemente açúcar puro, impurezas, água e fibra. Assim, quanto maior o nível de impurezas e fibras, maior será o ATR da cana. 

Com frequência, o pagamento relativo da ATR é aplicado nas usinas, para assegurar continuidade do suprimento de cana. Assim, os produtos de cada fornecedor são analisados e comparados à média de toda a cana processada e o pagamento da ATR é ajustado adequadamente.

Isso encoraja os produtores a suprir cana antecipadamente ou tardiamente na safra, e durante dias mais úmidos quando a ATR também é menor, sem penalidades. Como a operação de colheita normalmente agrupadas regionalmente em torno da usina, os produtores podem colher a cultura durante apenas 4 ou 5 semanas, dentro de uma temporada de corte de 20-25 semanas. 

O pagamento relativo da ATR garante que não ocorram desvantagens econômicas. A maior influência na ATR é o ciclo de crescimento. Anos mais úmidos resultam em menor ATR como resultado de menor concentração de sacarose. Os teores de sacarose são geralmente menores em regiões não irrigadas com alta precipitação.